terça-feira, 30 de outubro de 2007

Concheta uma branca margarida.

Sessenta longos anos,os cabelos embranquecendo.
Teceu toda uma vida,criou suas crianças.
bordou tantos tecidos,usou muito o esguicho.
Buscou a paz de deus,forrou uma poltrona pintou tantas janélas mexeu muitas panélas.
Pos muito as màos na massa,de esfhiras e pizzas de musarela,trocou muitas tomadas,consertou muitos fios de ferros.
Teceu mil malhas para os invernos,tingiu pro filho um terno.
Indo para a oficina,correndo no dia a dia.
Muitas coisas trabalho eterno.
Passeios sim!,casa na praia sorrindo sempre,dando tudo de si.
Hoje sentada calada olhando para o nada.
Repetitiva,perdida aviltada.
Deu tudo de si ficou com pouco de si e para si.
Deu tudo que pode tudo que não podia e não devia.
Deu tudo que não queria, tudo que lhe pediam.
Seu trabalho seu carro seu guia.
Tão independente,hoje dependente.
Tanto que sorria,hoje sem risada.
Tanto que corria,hoje tão parada.
Tanto que falava hoje tão calada.
Tocou piano,pintou o pano bordou a noiva.
Vendeu queijo presunto,vendeu sorvete.
Tirou graxa,pegou estrada,voou no precipicio.
Pintou seus cabelos,teceu sua vida presa a encantos e muito desencantos.
Enfrentou dores pediu conselhos.
A vida teceu sua teia,embaralhou suas ideias,torceu suas vontades.
Hoje quieta calada com cara de assustada.
A vida pregou-lhe uma peça,não de teatro,teceu uma rede e ela se enrolou.
Hoje ainda ninguem sabe se podera sair.


Nenhum comentário: