terça-feira, 22 de julho de 2008

Gaiola dourada.

No palco dançava sua guerra, pintada escandalosamente chamava todos à cantarem.
Já na rua esperava sem surpresa, mais uma vêz o tempo passou e nada aconteceu.
Trancou suas palavras, esfregou o rosto manchado, calou na dor o canto que Há pouco cantou.
Na cama perfumada rolava desencantada soluçava engasgada e amava desesperada.
No telefone a voz embargada perguntou, por quê ? e do outro lado a resposta de sempre: hoje não deu.
Refez a maquiagem, ousou no vestido decotado e desceu na madrugada enluarada.
Contou estrelas, sorriu para a lua e bebeu.
No resto da noite sofreu e sofreu, e mesmo asim não entendeu, brincava com seu amor, roubava lhe o dia e as noites, mentia pra vida e pra si mesmo, nada importava a não ser somente êle, nada existia a não ser êle, queria um porto seguro, mas em troca só lhe causava amargura.
Desencantada e cansada, voltou e adormeceu, e no dia que já quase amanheceu, pensou e ligou.
Hoje te espero novamente, não deixe de vir, e do outro lado a resposta.
Claro meu amor!

pelo caminho da ira.

Caminhava à passos lentos e arrastados, ombros caídos o olhar aõ chão.
A noite gelada e com uma garoa fina, cortava a pele já envelhecida.
Homem alto e elegante, mostrava o quanto fora bonito.
Vida carregada de lamentos e grandes sofrimentos, éra noite alta e o vento cortante.
Suspiros fórtes, lágrimas quentes e empedernidas, resmungava um grunhido de dor.
Outrora em tempos idos, bailava sua crença em mulheres cruéis, enganado de forma até infantil, o quanto éra gentil.
Viveu amores loucos, suspirou seus prazeres por todos os póros, gemeu alucinado e cantou sua glória, a de homem feliz e realizado.
Pintou seus cabelos rêfes seu estilo, se encantou com o ultimo amor, aquêle que o levou para a noite de horror.
Na noite já mais alta, embriagado tirou a mão do casaco, o sangue escorria ainda quente, à deixou toda cortada, e em suas mãos colocou um bilhete.
Todas podiam me enganar menos você, a qual acreditei com todas as fôrças e entreguei o corpo e a alma, entreguei o coração e a vida, você não, você não podia, saio agora de sua vida mas deixo você sem a sua.
Sei que êle não sabia, mas agora vai saber, e quando encontrar seu corpo há de entender, você calou minha dor.
Subiu no muro alto e apressou seus passos arrastados, jogou seu casaco ensanguentado paro o vento e voou seu momento mágico.
Lá embaixo todos corriam e acudiam, seu rosto rasgado e de cabelos ainda brilhantes, suspirou seu grunhido da mórte.