segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Tempos

Tempos passados marcados por música, dança e paixões.
Palco, platéia, meio atéia.
Viagens, poema, teatro.
Grandes esperanças, alegrias e crianças.
Tempos na lembrança, solto no passado.
Hoje, o presente doído.
Bota, mini-saia, juventude.
Energia, gargalhadas, carnaval.
Presente doído, lambuzado, de cabeça amedrontada.
Copa do mundo, buzinas, cerveja.
Cadeiras na calçada e o papo rolando solto.
Beleza, purezas e certezas.
Hoje vejo pequenas crianças, pais separados. Crianças sem pais.
Alguns amigos “de boca” e tapinhas nas costas.
Promessas não cumpridas, muito dizer por dizer.
Nem mesmo o tilintar do telefone!
Nesse presente de vendavais e dores constantes, que bom ter amigos de ventre.
Amigos, esses, como se fossem irmãos.

O que será que será

Pode ser que o sol chore seu fogo e que a chuva segure seu pranto.
Que eu desista ou insista. São muitas perguntas.
Pode ser que o céu viaje e deixe um vazio, que a lua se apague e que não se encontre vela. Que meu coração mude de lugar, que meus olhos parem de enxergar. Quem sabe estou a declinar? Será que encontro alguém nessa hora para me ajudar?
Sou alta e estou pequena, sou pesada e me sinto pena. Procurando alento só encontro desconforto.
O dia é claro e as vezes enegrece, a morte é finita e ainda assim chamo por ela. Vem o susto, peço perdão. Quero ficar. Sou guerra e de repente grão de areia.
Procuro águas mansas, mornas e cristalinas, verdades, quero acordar sem rancor. Quero noites de risadas, amigos devotados, lutar sem guerras e cavar espaços. Persistindo, cantar o amor.