sábado, 1 de novembro de 2008

Queria muito entender.

Mãe, por favor vem falar comigo.
Preciso que me conte como tudo aconteceu, para que eu póssa entender tanto descaminho e quase desatino.
Mãe, não vivemos o amor, tudo sempre foi cruel e meu mundo cedo desabou.
Lembranças tão ruins, sem carinho e atênção, e nem mesmo sei se houve colo e brincadeiras com as irmãs.
Mãe, só me lembro de você sempre assustada, e cada vêz ficando mais arcada, carregando o mundo nas costas e sempre calada.
Queria muito entender, o que aconteceu?

Pósso Gritar?

É algo na garganta, UM GRITO CONTIDO?
Palavras necessárias e não ditas?
Toma o peito em aflição, se alastra no corpo que amolece.
Chega a vontade de chorar e a agônia começa à crescer.
O sól começa à nascer, e as crianças alheias à esse mundo cantam sua infância, mas já tem
suas dores.
Labirinto crescente, e os passos parando à cada nova entrada.
O suposto grito fica guardado, e o cansaço não permite palavras.
Querer mudar tudo, sem saber o que é esse tudo, póde não ser nada.
Seres perdidos na clausura das emoções em desespero.
Nem sempre se ouve os pássaros, e o relogio deixa o tempo pequeno, um tempo cheio de correr em caminhos desacertados.