segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Fantasia

Em pura imaginação, trancada no quarto, corro para a rua embaixo de chuva.
Vestida de vestido prata, na cabeça um arranjo de margaridas.
Carrego em minha mão um toque de transformação e na esquina dessa rua existe um lago com golfinhos saltitantes.
Solto faíscas pelas pontas dos dedos, transformando tudo em estrelas douradas.
Em cima de um palco, mágicas enlouquecidas, fadas adormecidas.
Tudo escurece com um som atordoante e, entre nuvens, aparece um coral cantando o amor.
Junto, louvo à vida, à chuva, cascatas e cachoeiras.
Em facho azul no céu, nuvens brancas de fios esfumaçantes.
Fios soltanto anjos de asas esfuziantes com abraços apertados, deixando -me sentir corações pulsantes.
Saio da chuva, estou trancada no quarto. Acordo do sonho que sonhei acordada.
Volto pra mim desencantada, ouço o silencio cercada de barulho. Amanhã quero acordar.

Mariana

Te deram muitos nomes: Maricota, Cota, Cotinha. O avô sempre a chamou de Manoela. Fiquei lhe devendo atenção, carinho e caricias. O tempo não volta mas me perdoei, pois sempre a amei.
Hoje guerreira, mulher, mãe amorosa, grande pessoa.
Sorriso iluminado, preguiça de macaca, pessoa criativa.
Meiga menina, Mariana mulher, neta Manoela, Cotinha à chorar.
Hoje, escutei encantada, feliz por estar começando uma nova caminhada: estou feliz, sei que vou melhorar.
Aplaudo sua busca, encontrou seus bichos e agora é só caminhar.
Te ofereço uma rosa, te levo na decidinha, aplaudirei teu sucesso, catarei seus piolhos muleques sem tirar teus lindos cabelos castanhos.
Não sabíamos do seu TDAH e eu estava entrando de novo em profunda depressão. Ela estava escondida e me jogaria mais uma vez no chão.
Sei que hoje achamos nossos bichos e vamos tentar matá-los. Sei que hoje podemos brigar de verdade. Só sei que hoje ainda espero plantar margaridas no jardim e que ninguem mais possa jogar nele pontas de cigarro.