sábado, 27 de outubro de 2007

sem preocupação.

papel grande ou pequeno, lápis ou caneta, computador ou lap top, linhas retas ou papel sem pauta.
tem poeira, susto e insônia, preguiça, mentira e descompasso, crença e abandono.
tem volta e perdão, promessa e zangão.
ronco e aflição, esperança e reeleição, canja e mensalão.
rato na cama, barata na geladeira, tic-tac chato, prédio dormindo ao lado.
barraco na vizinha, porta batendo, louça de novo na pia.
Zé zangado na Mooca, Cauê crescendo no Campo Belo.
Renata baixando a chibata, Luiza se jogando nos cantos.
Leon ficando esperto, o Nino ainda sem tomar banho.
Meirinha falando arretado, Stefan apaixonado.
Juliana sempre na dela, deixando o mundo rolar.
que importa se a Marlena acorda tarde? Tem que fazer tudo que precisa.
que importa se a Marina é escandalosa e tem sono a toda hora?
o que fazer se a Dalva é onipotente e o Leonardo é carente?
a água está gelada, minha mãe sempre assustada.
Claudir, meu porta voz, meu médico-assistente.
Neca andarilho, sempre presente.
Marli pulante, bondosa mas extravagante.
Sonia é centrada, mas as vezes sai baianada. Luiz é pouca telha, pai esmerado às vezes amalucado.
Cainã e Mayara voando por São Paulo ou invadindo o abc.
Janaína maluca e maloqueira, Bruno magro, alto e machão.
gente amada, outros que nem me lembro.
Sonia, cunhada e amiga, sempre colaborando.
André despreparado, imaturo, tentando aprender.
tudo desarrumado, relógio irritante, cadeira horrorosa, deixa doer as costas.
Efraim é escritor e não precisa de terapia.
Ines é viajante, não para em casa. Filhos criados, trabalho dobrado, será?
Nene, Carlão, Claudio, Carminha, dona Carmem. Passado, presente, bailes e amizades.
sempre chegando gente nova. Tarik e quem já estava por aí: Leon, Giovanna, Renan, Gabriela, Mateus, Michele e Sara.
tem noite, tem dia e sol, árvore, presépio e acento. Erro de portugues pra dedeu.
o dr. Jorge Cesar Gomes de Figueiredo, dr. Rigonatti, a Renata e a Ritalina, tarja preta, receita amarela.
tem terapia cognitiva comportamental, copa do mundo e o Bezerra de Menezes.
até lula lá vai ter de novo!
Jose Mentor de volta ao congresso vai ter?
Sérgio de volta aos EUA já tem, Volnia, Marina e Tiago em Recife com a vovó coruja passeando juntinho.
dia dos namorados, Rádio Mundial, Gaspareto na tv.
tem Macaco Simão e Ídolos no sbt. Eu gosto.
Belissima acabando, Cuoco de lentes azuis, Hebe voltando às segundas.
tem Conexão na tv Cultura, Café Filosófico no domingo e Provocações com Abujanra.
sei quase tudo de tv, trancada que estou há meses. Mas isso vai mudar. Um dia a cozinha fedia, até que descobri as batatas amarradas no saco, apodrecidas.
o cigarro está acabando e eu acesa igual à fogueira de São João.
dor, torpor, temor, horror, pavor, condor e com dor, o Lalá é legal e a Dayse, prima querida.
Dundi, mulher guerreira, Tia Zaida e o Miguel morando na praia e remando contra a maré.
quanta gente! Assim a noite passa, a bunda dói e eu sem coxinha e sem coca-cola.
a essa hora o Piga la na mooca ronca sonoramente nos ouvidos da Meirinha e aqui a Mari não apagou a luz.
pode-se passar a noite criativamente, cansadamente, bebadamente, onipotente, com dor de barriga ou rolando na cama. Mas é bem melhor passar dormidamente.
suor, redor, camaleão, rugido de leão, pi-pi-pi de microondas.
Vinícius, não o de Morais, amigo do peito, cansado de nos ajudar. Será?
eita orelhão incansável, toca vinte e quatro horas.
como assim cade a Marisa? Saiu da rede tv? E o Clodovil? Vou votar nele, pelos vestidos de Grayscool!
lá do Bixiga tem tanta gente, mas ficou no passado.
ah! Terminei meu casamento com a Terezinha, só que não teve partilha de bens. Aquilo era gaiola da louca.
rouba doce, Roseli. Rouba bolo, Roseli! Quem não tem mandiga, não carrega patuá!
sem máquina de lavar, vai pro tanque se ralar.
passado, presente, futuro, casamento, desquite, amantes.
as seis o sino toca e o meu sono não se toca.
em breve vou fazer cocadas, o Marcelo e a Renata fazem sabonetes lindos.
o Guê se casou, a Marcinha fala que nem pernambucana, ainda.
a Karem é bocuda mas atenta, A Kátia entrando no sofrimento da Síndrome do Pânico, mas vai ficar bem.
Neusa, poderosa, faz tudo. Nilzete, amarrada na cama e incediada, sofre ainda, mas acredita na vida.
o pessoal do abc não sei atinar.

o Mantu ainda é um enigma, a rua Domingos de Oliveira é pacata.
Hilton Acioli, cabra arretado. E tanta gente pelos caminhos da vida.
Paulo Francisco Ladeira, gigolô enrustido, ai! Sujei a página, preciso limpar.
procuro o Ademir. Quem souber seu paradeiro, ligar para SOS amigos da Saúde.
zueira, pedreira, frieira, nevasca, perdeneira, peneira, esteira.
mesa quadrada, redonda, grande ou pequena.
em anti-depressivos a Nina é expert mas não acredita mais na cura.
Flávio e Carlos, dois caras muito legais, alegres e amigos. O Flávio adorava a Chris...


chega de escrever. Não sou rádio para dar notícias.

Dança

Bastante machucada, com gritos grudados e sem lagrimas pela face, o choro chorando mudo, soluçando sem ruido.
Caminhos nem todos errantes, acreditou nas decisões e jogou seu coração ao mundo.
Bebeu no copo da verdade, encontrou mentiras e maldades.
Correu atrás de amores, ganhou diversas dores.
Correu atrás de sonhos sem nenhuma fé. Insegura e medrosa, não brigou como devia.
Sujou os pés de barro, comeu poeira nas ruas, cruzou becos apavorantes.
Pediu ajuda no desespero, mandou cartas nunca abertas.
Dançou noites inteiras, viajou estradas longas, viu peixes coloridos e algas muito verdes, pisou pequenos arrecifes e dançou carnaval de rua.
Amou os Beatles mas não os Roling Stones.
Adorava sua nona e tinha medo de seu pai.
Foi mãe de namorado, amante de canalha, viveu de olhos fechados.
Enxergou a verdade quando já estava arrebentada.
Casou-se de branco com sua menina no ventre.
Tratada como doente seguiu como vergonha.
Foi mãe duas vezes, viveu seus anos de verdade, amor, paixão de fato, realidade.

Preciso existir

Não jogue sua ira, sua revolta e seu descaso com a vida, em minhas costas. Faça, refaça, continue, perpetue seus erros, assuma sua revolta e guarde-a para si.
Estou no desalento e em puro desencanto. Não preciso de teus erros, ja tenho os meus.
Insisto que existo e vou continuar. Sei que impus minha presença mas arrumarei forças para partir.
Estou inglória mas voltarei a ser glória. Estou paralisada mas voltarei a caminhar.
Existir também é abandono, ser é ser de verdade, com risos e as vezes com austeridade. Ser também é briga, mas sem pisotear!
Estou flagelo mas não sou capacho, limpe seus pés em outro lugar!
Sou dor sangrando e sei que nada pode fazer, mas respeite o meu existir!
Continue errando, mas se busque e deixe-me viver.
Mire se no espelho e tente se ver.
Erramos todos, temos o dia da fada mas existe o dia da bruxa. Temos o dia do afago mas temos o do dragão.
Não podemos esquecer que o dia chega, mas anoitece até que se durma eternamente.