terça-feira, 30 de outubro de 2007

Escarlate

Nasci branca, cresci rosa, amei escarlate.
Me machuquei chumbo, me ergui amarela, caí negra no breu da canalhice.
Rodei o mundo, inconsequente, perdida e sem entender.
Nasceu na menina o brincar de roda, aprendeu depois a lição de casa.
Brotou na jovem a paixão amorosa, na mulher a dor sem prosa.
Vestiu sua ação confusa, lutou sua busca, escorregou na vida e dormiu sua recusa.
Inclusa na conquista, sem desistir do beijo, buscando abraços de verdade sem gosto de saudade.
Carregou a inocência sem pensar no indecente, no mentor do plano em fuga.
Em um palco gigante para o pequeno tamanho das canções, chegaram aplausos verdadeiros e cheios de emoções.
Não perguntem nada, não sei de nada, não quero entender nada.
O amigo me espera, me atende, me escuta, o canalha me conquista e faz de mim sua espera, sua ponte de travessia, seu porto-seguro de vida.
A mim, o desencanto da mentira, rodopia em minha alma, rebaixa meus desejos, consome meus sonhos e parte na vaidade.

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