sábado, 3 de novembro de 2007

Tempos de hoje

Nos tempos de ontem, que já se vão longe, haviam mais risos e rodas de amigos, era fato, de fato, que o pessoal estaria lá.
Nos tempos de hoje, estamos trancados em nossos casulos, querendo voar.
Bailava-se nos tempos de ontem, cantava-se à vida, a alegria saltava do peito, faiscava nos olhos, emergindo da noite que se encontraria com o dia.
Nos bares de esquinas o papo rolava, chegavam beijos, ganhava-se abraços (que mais braços buscavam).
Nos dias de hoje, tristeza a galope, rostos com medo, corações partidos, buscas incertas e descrença no olhar.
Descaso de dores, ventos levando os sonhos mais simples que se possa sonhar.
Nos tempos já idos, havia o que hoje quase não há: verdades, olho no olhar, dores menores. E hoje? O que há?
Um mundo de gente procurando um olhar.
Correr do desencanto, desencontro e desventuras.
Peitos explodindo, cabeças girando ao mundo...

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