sábado, 10 de novembro de 2007

Apenas relatando

Chega um dia e os inocentes veem a luz.
Chegam de um pequeno mundo, aconchegante, confortável e prazeroso.
Na maioria das vezes gerados com muito amor, em outras simplesmente ao acaso.
Descem as cortinas, chegam conflitos e dores.
Inocentes, dependentes e logo crianças carentes.
Presentes, sorrisos e fotos.
O tempo passando, conhecendo seu mundo.
Dando seus passos no descompasso dos pais.
Por vezes brinquedos novos e restos de quebra cabeça, bonecas na caixa, pedaço de um cavalinho ainda em desalinho.
O branco, o louro, o negro, o mulato, o japonês, o americano e o alemão.
O amor é passado dentro dos limites, ainda que um limite invadido por tudo.
A falta de pão na mesa, a qualidade da vida agredida, pisada pela própria vida, puxada, quebrada, corrida.
Impotência sem bula para ler.
Gritos, castigos e os pequenos querendo entender.
As disputas, as brigas, cade o biscoito?
A bola já não rola, a mãe morreu. O pai, um ausente, prepotente.
Ama-se, a paciência é pouca, o adulto é grande e a criança pequena.
O mundo colorido, o perigo uma brincadeira.
A chuva chega, o portão aberto, a rua.
Um pequeno cachorro, um brinquedo de pêlos.
Chega a hora de dormir, tem que ter estória.
Nela, nariz grande, bruxa malvada, fada para salvar.
Gigante, festas grandes, carrosel girando no ar.
Balanços no parque, gira-gira a rodar.
O dia a dia, o cotidiano.
Cortam a luz, perde-se o emprego, o amor se acaba, os pais se perdem os pequenos nada entendem.
Em mim existe o amor e a preocupação mas me roubam as ilusões!

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